ENQUANTO ESCÂNDALOS ABALAM A ASSEMBLEIA DE DEUS PELO BRASIL, LIDERANÇA SE PREOCUPA EM CONDENAR O USO DE BARBA PELOS SEUS PASTORES

Durante a 47ª Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), realizada para definir a nova diretoria da instituição, uma declaração do pastor José Wellington Ferreira da Costa chamou mais atenção do que os próprios rumos da liderança. Considerado um dos nomes mais influentes da história da igreja, o líder voltou aos holofotes ao reprovar publicamente o uso de barba por parte dos pastores da denominação.Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, José Wellington classificou a aparência de pastores barbudos como um desrespeito à igreja, afirmando categoricamente que a Assembleia de Deus não aceitará mais ministros que adotem esse visual. Para ele, a questão vai além de costume: trata-se de uma exigência divina.A fala, porém, não repercutiu de forma positiva. Muitos fiéis e internautas questionaram a prioridade do tema, especialmente num momento em que a denominação atravessa uma de suas fases mais conturbadas, com escândalos envolvendo lideranças religiosas, acusações de abuso sexual e disputas acirradas por controle de convenções e igrejas.

O contraste se tornou ainda mais evidente com a eleição do pastor Nehemias Araújo para a vice-presidência da CGADB, mesmo após a ampla divulgação de seu envolvimento em casos judiciais, incluindo uma condenação por ato obsceno com menor de idade e um processo por denunciação caluniosa. Ainda assim, nenhum posicionamento firme foi adotado sobre esses temas durante a AGO.O que gerou revolta entre muitos membros foi o fato de a liderança parecer mais preocupada com a estética dos obreiros do que com a integridade moral de quem ocupa cargos de destaque.

José Wellington, ao fundamentar sua crítica com passagens bíblicas, tentou enquadrar sua posição como um mandamento de Deus, e não uma mera tradição denominacional — o que aumentou ainda mais a controvérsia.Para muitos, a mensagem passada foi clara: a aparência pesa mais que o caráter — ao menos, na atual condução da Assembleia.

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