O governador do Estado, Carlos Brandão, tem sofrido uma pressão judicial nunca vista em toda a história política maranhense. Vice por dois mandatos do ex-governador e atual ministro do Supremo, Flávio Dino, Brandão se vê hoje cercado por todos os lados, com ações que vão desde a transferência do detento Gibson César Soares Cutrim Júnior para um presídio federal (isso teria tido influência direta do ministro Dino) até uma delação do mesmo que já estaria em andamento. Essa delação teria a intenção de atingir o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Daniel Brandão, sobrinho do governador.
A Polícia Federal, informou nesta sexta-feira (15) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que instaurou, em 13 de agosto de 2025, o Inquérito Policial nº 2025.0090149-CINQ/CGRC/DICOR/PF para apurar denúncias sobre um suposto esquema de compra de vagas no Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA). A comunicação foi feita por meio do Ofício nº 99/2025, assinado pelo diretor-geral da PF, Andrei Augusto Passos Rodrigues, em resposta à determinação do ministro Flávio Dino no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 7.780, as investigações tiveram início após decisão de Dino, proferida em 5 de agosto, com base nas Petições nºs 23.067/2025 e 51.982/2025. Os documentos relatam que a Assembleia Legislativa do Maranhão teria conduzido, de forma sigilosa, o processo de escolha do advogado Flávio Costa para o cargo de conselheiro do TCE, supostamente para ocultar vínculos pessoais e empresariais com o governador Carlos Brandão (PSB). Também apontam a possível oferta de vantagens indevidas para provocar a aposentadoria antecipada dos conselheiros Joaquim Washington Luiz de Oliveira e Álvaro César de França Ferreira.O despacho de Dino determinou a remessa das denúncias e documentos à PF, fixando prazo inicial de 60 dias para apuração. O ministro avaliou que os fatos descritos configuram, em tese, possíveis crimes e destacou que a análise do caso exige não apenas o exame formal da norma questionada, mas também do contexto fático, a fim de esclarecer se houve uso da estrutura estatal para favorecimento político ou pessoal.
Diante de todas essas ações, o irmão do governador, o empresário Marcos Brandão, fez uma série de acusações em vídeo publicado em suas redes sociais. Marcos chegou a citar o episódio em que o deputado federal Pedro Lucas Fernandes relatou que teria ouvido do comunista Márcio Jerry a seguinte frase: “Nossa paciência está acabando, nós vamos cassar o Brandão”. Entre outras afirmações feitas pelo empresário, está a de ameaças de prisão e até mesmo uma espécie de sabotagem feita dentro do palácio do governo por um assessor do ministro Flávio Dino. Resta saber se Carlos Brandão se manterá firme, correndo o risco de sofrer algo parecido com o que o ex-governador Jackson Lago enfrentou em 2009, quando este foi cassado pelo TSE com a articulação direita, de quem hoje é aliado do atual governador, o ex-presidente José Sarney. De acordo com fontes, o prazo dado pelo grupo dinista seria até o final de setembro deste ano , ou o governador abre mão de apoiar seu sobrinho, Orleans Brandão, sai da cadeira e declara apoio a Felipe Camarão ou sofrerá as consequências, até mesmo com prisão.
Na delação de Gibson Cutrim, que assassinou um cobrador de propina, vai sobrar, também, para o vereador Beto Castro, presente na cena do crime. Castro não foi sequer arrolado como testemunha no inquérito policial. Está frito.
Concerteza
Mas, o Dino pode se envolver diretamente nas decisões políticas do estado? Ou só seus capachos e aquela bananeira que ela deixou no senado?